10/09/2010 Desenvolvimento próprio de TI no varejo
Luiz Otavio Nascimento
Num momento em que a maioria dos profissionais de TI – Tecnologia da Informação que trabalham em organizações varejistas parece estar totalmente envolvida numa tarefa sem fim de renovação dos seus sistemas, semelhante ao inócuo trabalho de “enxugar o gelo”, se faz necessário rever o conceito de desenvolvimento próprio, desde a sua origem até as expectativas futuras, como forma de abrir a discussão, permitir análises e tomada de decisão.
Alguns podem achar exagerada a abordagem acima, mas a prática nos mostra que a regra geral é encontrarmos no varejo ambientes empresariais repletos de SAP, não o mundialmente reconhecido e eficiente sistema corporativo, e sim o famigerado “Sistema Avançado de Planilhas”, pois a constante necessidade não atendida de informações leva aos usuários a criarem um oceano de planilhas voláteis. Outro sintoma dessa situação é a famosa e interminável lista de pendências que todo Gestor de TI tem de administrar, cuja síntese provavelmente tem dezenas de itens.
A origem do desenvolvimento próprio ocorreu pela ausência de soluções ao alcance do varejista, quer por razões de porte, quer por questões geográficas e/ou especificidades. Parte também deve ser atribuída ao desconhecimento das opções pelo varejista. Mas, uma vez tomada a decisão, o antigo CPD iniciou a sua evolução, sem que houvesse preocupação com a adoção de metodologias de desenvolvimento, com a documentação e o controle de qualidade. A velocidade sempre foi a imperiosa rainha. O mote era: “o bom é inimigo do ótimo”!
Nessa fase, os sistemas desenvolvidos internamente eram predominantemente operacionais e já não se conseguia acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas e do negócio. Em paralelo a isto, os custos não eram devidamente apurados, nem eram avaliados os riscos envolvidos. Há casos reais onde os Gestores de TI frequentemente solicitavam e recebiam aumentos de salários e benefícios, pois se eles resolvessem sair de suas empresas, estariam levando consigo todo o conhecimento adquirido e até então disponível.
O cenário competitivo passou a exigir um número crescente de modificações e isto acabou por impelir os varejistas a adotarem soluções mistas, ou seja, passaram a comprar no mercado soluções voltadas a Recursos Humanos, especificamente folha de pagamento, e à parte contábil e fiscal. A equipe de TI passou a fazer a integração de tais soluções, além de continuar com o desenvolvimento próprio, principalmente do sistema corporativo.
O uso de aplicativos de BI – Business Intelligence que passaram a gerar uma parte da informação desejada pelos usuários, ajudou a minimizar as pendências de TI e ratificou o caminho das soluções mistas.
Adiante, novamente o mercado trouxe vetores que exponenciaram a necessidade de renovação. Dentre eles podemos citar: a convergência das telecomunicações com a TI, em especial, a internet e o surgimento das redes sociais; a democratização do uso do celular que já atinge mais de 100% da população brasileira; as mudanças tecnológicas; a legislação, a formalização da economia impingida pelo SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, as mudanças de processos e a governança corporativa.
Hoje, as empresas cresceram e desejam estar prontas para eventuais fusões e aquisições. Precisam também criar diferenciais competitivos e acompanhar um consumidor, agora por alguns denominado de “neoconsumidor”, que está rapidamente ficando mais velho, mais educado e exigente, mais global, mais conectado e digital. Cada vez mais rico em termos de informação e mais pobre em termos de tempo. Uma das maiores mudanças está sendo ocasionada pela mulher, até então a grande compradora do varejo brasileiro, que está assumindo uma participação crescente no mercado de trabalho.
Tal qual a tarefa de “enxugar o gelo”, acompanhar tudo isso será impossível. Os varejistas terão de escolher o caminho a ser percorrido. A renovação somente se dará, ao nosso ver, com a ajuda de empresas aptas a trabalharem em conjunto. Empresas que deverão deixar de ser provedores de soluções de informática para se tornarem provedores de conhecimento compartilhado e voltado à geração de resultados crescentes e consistentes.
O primeiro passo deve ser a elaboração de um planejamento estratégico que, obrigatoriamente, deverá incorporar a visão e a estratégia de TI, requerendo foco sobre a arquitetura corporativa e cobrindo desde a infraestrutura até o papel de cada componente da equipe. Os especialistas em linguagem, por exemplo, deverão se transformar em analistas de negócios, consultores em processos, de modo a poderem interagir e dar maior suporte aos usuários. Os técnicos em hardware e em software, devem também conhecer telecomunicações e ter como objetivo prover segurança, conectividade, disponibilidade e integração, num nível cada vez maior.
As razões que, por ventura levaram os varejistas no passado a optar pelo desenvolvimento próprio, não mais existem. O mercado brasileiro dispõem de sistemas seguros, de qualidade, com suporte adequado, flexibilidade de parametrização e capacidade de customização.
Um bom exemplo disso é o sistema de frente de loja. Graças a verdadeiras plataformas de trabalho, existem provedores que têm condições de rapidamente atender às mudanças de legislação em cada estado. Estão aptos a conectar seus sistemas com novos periféricos que a cada dia são lançados por fabricantes de balanças, scanners, teclados, caixas, TEF’s, ECF’s, etc., garantindo a interoperacionalidade. Fazer isto internamente na empresa varejista demanda uma grande estrutura e investimento, e – provavelmente – enveredar por um caminho de tentativas e erros, e – certamente – perder o foco principal do negócio: aumentar a satisfação dos consumidores de maneira a realçar suas experiências.
É hora de parar, analisar e rever o modelo existente. Não há espaço para desperdícios de recursos. Os varejistas bem sucedidos da segunda década do Século XXI serão aqueles que souberem fazer isto de maneira eficaz.
Alguns podem achar exagerada a abordagem acima, mas a prática nos mostra que a regra geral é encontrarmos no varejo ambientes empresariais repletos de SAP, não o mundialmente reconhecido e eficiente sistema corporativo, e sim o famigerado “Sistema Avançado de Planilhas”, pois a constante necessidade não atendida de informações leva aos usuários a criarem um oceano de planilhas voláteis. Outro sintoma dessa situação é a famosa e interminável lista de pendências que todo Gestor de TI tem de administrar, cuja síntese provavelmente tem dezenas de itens.
A origem do desenvolvimento próprio ocorreu pela ausência de soluções ao alcance do varejista, quer por razões de porte, quer por questões geográficas e/ou especificidades. Parte também deve ser atribuída ao desconhecimento das opções pelo varejista. Mas, uma vez tomada a decisão, o antigo CPD iniciou a sua evolução, sem que houvesse preocupação com a adoção de metodologias de desenvolvimento, com a documentação e o controle de qualidade. A velocidade sempre foi a imperiosa rainha. O mote era: “o bom é inimigo do ótimo”!
Nessa fase, os sistemas desenvolvidos internamente eram predominantemente operacionais e já não se conseguia acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas e do negócio. Em paralelo a isto, os custos não eram devidamente apurados, nem eram avaliados os riscos envolvidos. Há casos reais onde os Gestores de TI frequentemente solicitavam e recebiam aumentos de salários e benefícios, pois se eles resolvessem sair de suas empresas, estariam levando consigo todo o conhecimento adquirido e até então disponível.
O cenário competitivo passou a exigir um número crescente de modificações e isto acabou por impelir os varejistas a adotarem soluções mistas, ou seja, passaram a comprar no mercado soluções voltadas a Recursos Humanos, especificamente folha de pagamento, e à parte contábil e fiscal. A equipe de TI passou a fazer a integração de tais soluções, além de continuar com o desenvolvimento próprio, principalmente do sistema corporativo.
O uso de aplicativos de BI – Business Intelligence que passaram a gerar uma parte da informação desejada pelos usuários, ajudou a minimizar as pendências de TI e ratificou o caminho das soluções mistas.
Adiante, novamente o mercado trouxe vetores que exponenciaram a necessidade de renovação. Dentre eles podemos citar: a convergência das telecomunicações com a TI, em especial, a internet e o surgimento das redes sociais; a democratização do uso do celular que já atinge mais de 100% da população brasileira; as mudanças tecnológicas; a legislação, a formalização da economia impingida pelo SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, as mudanças de processos e a governança corporativa.
Hoje, as empresas cresceram e desejam estar prontas para eventuais fusões e aquisições. Precisam também criar diferenciais competitivos e acompanhar um consumidor, agora por alguns denominado de “neoconsumidor”, que está rapidamente ficando mais velho, mais educado e exigente, mais global, mais conectado e digital. Cada vez mais rico em termos de informação e mais pobre em termos de tempo. Uma das maiores mudanças está sendo ocasionada pela mulher, até então a grande compradora do varejo brasileiro, que está assumindo uma participação crescente no mercado de trabalho.
Tal qual a tarefa de “enxugar o gelo”, acompanhar tudo isso será impossível. Os varejistas terão de escolher o caminho a ser percorrido. A renovação somente se dará, ao nosso ver, com a ajuda de empresas aptas a trabalharem em conjunto. Empresas que deverão deixar de ser provedores de soluções de informática para se tornarem provedores de conhecimento compartilhado e voltado à geração de resultados crescentes e consistentes.
O primeiro passo deve ser a elaboração de um planejamento estratégico que, obrigatoriamente, deverá incorporar a visão e a estratégia de TI, requerendo foco sobre a arquitetura corporativa e cobrindo desde a infraestrutura até o papel de cada componente da equipe. Os especialistas em linguagem, por exemplo, deverão se transformar em analistas de negócios, consultores em processos, de modo a poderem interagir e dar maior suporte aos usuários. Os técnicos em hardware e em software, devem também conhecer telecomunicações e ter como objetivo prover segurança, conectividade, disponibilidade e integração, num nível cada vez maior.
As razões que, por ventura levaram os varejistas no passado a optar pelo desenvolvimento próprio, não mais existem. O mercado brasileiro dispõem de sistemas seguros, de qualidade, com suporte adequado, flexibilidade de parametrização e capacidade de customização.
Um bom exemplo disso é o sistema de frente de loja. Graças a verdadeiras plataformas de trabalho, existem provedores que têm condições de rapidamente atender às mudanças de legislação em cada estado. Estão aptos a conectar seus sistemas com novos periféricos que a cada dia são lançados por fabricantes de balanças, scanners, teclados, caixas, TEF’s, ECF’s, etc., garantindo a interoperacionalidade. Fazer isto internamente na empresa varejista demanda uma grande estrutura e investimento, e – provavelmente – enveredar por um caminho de tentativas e erros, e – certamente – perder o foco principal do negócio: aumentar a satisfação dos consumidores de maneira a realçar suas experiências.
É hora de parar, analisar e rever o modelo existente. Não há espaço para desperdícios de recursos. Os varejistas bem sucedidos da segunda década do Século XXI serão aqueles que souberem fazer isto de maneira eficaz.
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